Parábola da ovelha perdida
Parábola
da ovelha perdida
Vamos falar sobre a Parábola da ovelha
perdida, dos Evangelhos de Mateus e Lucas, que trata do resgate, do amparo e da
salvação proporcionados pelo Mestre Jesus, o bom Pastor, despertando-nos para a
prática do bem, do amor e da caridade.
No contexto dessa Parábola, Jesus
entrando na casa de um dos principais fariseus para fazer refeição,
achegaram-se a Ele muitos publicanos e pecadores para ouvi-lo. O Mestre tomado
de imensa indulgência não repelia ninguém, em que muitos escandalizados
murmuravam dizendo como esse homem acolhia os pecadores e comia com eles. O
Mestre respondeu a essas críticas com três parábola, sendo a da ovelha perdida
uma delas.
Dos
Evangelhos de Mateus e Lucas:
“Que vos parece? Se um homem tem cem
ovelhas e uma delas se extravia, não deixa as noventa e nove e vai aos montes
procurar a que se extraviou? E se acontecer achá-la, em verdade vos digo que se
regozija mais por causa desta, do que pelas noventa e nove que não se
extraviaram. Assim não é da vontade do vosso Pai que está nos Céus que pereça
nenhum desses pequeninos.” (Mateus,
18: 12-14)
“E ele lhes propôs esta parábola,
dizendo: que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não
deixa no deserto as noventa e nove, e vai após a perdida até que venha a
achá-la? E achando-a, a põe sobre os seus ombros, jubiloso; e, chegando a casa,
convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: alegrai-vos comigo, porque já achei
a minha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador
que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de
arrependimento.” (Lucas
15: 3-7)
A Parábola discorre sobre o bom Pastor
que se aflige e sai à procura de uma de suas ovelhas desgarrada; e,
encontrando-a, alegra-se, trazendo-a de volta, isso porque todas elas merecem o
seu cuidado e por todas se sacrifica.
Por analogia, o ser humano também se
desvia do rebanho, como uma ovelha perdida, e o bom Pastor vai ao seu resgate e,
sendo regenerado pela verdade da Palavra, é libertado, purificando o seu
coração. Esse fato é comemorado, porque há sempre alegria na regeneração, na
salvação da alma e no seu retorno à vida.
Isso porque as
almas transviadas não são condenadas a penas eternas e tampouco ficarão
perdidas no labirinto dos vícios, das paixões e das misérias morais, porquanto
o Pastor sempre enviará os encarregados do rebanho em suas buscas, trazendo-as
de volta.
O Pai não
quer a pena eterna, mas sim a regeneração, a salvação, a vida e a felicidade do
Espírito, mesmo que para isso seja necessário expiar em pluralidade de
existências, por causa das suas faltas, dos seus tropeços e escândalos.
A salvação é
tão certa como a ovelha que se havia perdido e lembrada na Parábola, porque
todos os que se arrastam pelo peso da dor, os seus guias e protetores os
assistem para conduzi-los ao porto seguro da eterna bonança.
As ovelhas
desgarradas devem aprender a se aproximar do bom Pastor, que, longe de as banir
para todo o sempre de sua presença, Ele vem pessoalmente aos seus encontros,
para reconduzir ao caminho do bem. Os filhos pródigos devem voltar para a
morada paterna, e o Pai estenderá os braços e sempre estará pronto a festejar seus
regressos ao seio da família.
Nesse
aspecto, Guaraci de Lima Silveira, em “Parábola da ovelha desgarrada”, destaca
importante ensinamento: “Jesus enaltece o momento do encontro do pastor com
a ovelha que estava perdida. Ele se alegra, coloca-a nos ombros e vai para
casa. Outro elemento muito significativo da Parábola: colocar nos ombros. Sim,
o que está perdido, cansado, ofegante, desnutrido, nem sempre tem condições de
caminhar. Aquele que auxilia, muitas vezes, tem que abraçar os problemas dos
outros, colocá-los em seus próprios ombros para sentir de perto aquela dor,
mas, fazê-lo de forma serena e não como um fardo”.
Jesus disse: “Eu sou a porta; se
alguém entrar por mim, salvar-se-á, e entrará, e sairá, e achará pastagens. O
ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham
vida, e a tenham com abundância. Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua
vida pelas ovelhas”. (João 10: 9-11)
Jesus é o Pastor
no sentido de Governador Espiritual do orbe terrestre, guia e modelo da
Humanidade, o condutor dos nossos destinos, e com Ele submetemo-nos aos
desígnios do Pai, tendo a existência como aprendizado e serviço em favor do
nosso próprio crescimento para a imortalidade.
É preciso que
o Espírito expie e repare os seus erros e as suas faltas, para melhor se firmar
no bem, pois a porta da esperança nunca se fecha, e Deus faz com que, mediante
o seu esforço e mérito, dependa a sua redenção.
Ovelhas podem
ter vários sentidos: o animal pertencente a um rebanho; os crentes, religiosos,
adeptos ou seguidores de uma religião; e os Espíritos bons, justos ou
benevolentes. Assim, todos nós, como ovelhas do rebanho do Mestre Jesus, teremos
esse momento glorioso do despertar e da regeneração.
Importante relembrar que o Mestre
resgatou Madalena à beira do abismo, tirou Zaqueu no despenhadeiro da ganância
e Judas Iscariotes sobre as escolhas perigosas que estava fazendo.
Os mensageiros do Cristo buscam a todos
em quedas, advertindo-os, e agindo para trazê-los para o caminho da verdade e
da vida.
A Parábola ressalta também que não há pena
eterna, pois do contrário seria negar a justiça, a bondade e a misericórdia de
Deus. Por outro lado, enquanto existir o mal entre os homens, subsistirão as
penas, sendo imprescindível que a ovelha se arrependa, repare o mal e haja com vontade
real e firme de não mais abandonar o rebanho.
Assim, passamos a compreender a Parábola
da ovelha perdida, que poderíamos denominá-la de a Parábola do resgate da alma
transviada do caminho do bem, mediante a sua libertação pela verdade da Palavra
que salva.
Os que estão na escuridão podem
trabalhar para saírem dela, desde que tenham vontade de fazê-lo. A punição é
consequência, justa e natural, da falta, mas há a possibilidade do resgate, da
regeneração, da graça, após o arrependimento e a expiação, pela justiça,
bondade e misericórdia de Deus.
O bom Pastor sempre abrirá a porta para
o nosso resgate, quando desviarmos do caminho do bem, mas teremos que pedir
para obter, buscar para achar e bater à porta para ela se abrir.
Bibliografia:
AUTORES
DIVERSOS. Parábolas de Jesus à Luz da
Doutrina Espírita. 2ª Edição. Juiz de Fora/MG: Fergus Editora, 2019.
BÍBLIA
SAGRADA.
CALLIGARIS,
Rodolfo. Parábolas Evangélicas à Luz
Espiritismo. 11ª Edição. Brasília/DF: Federação Espírita Brasileira, 2019.
MOURA,
Marta Antunes de Oliveira. Estudo
aprofundado da doutrina espírita: Ensinos e parábolas de Jesus, Livro III,
Parte II, Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas
ao estudo do aspecto religioso do Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF:
Federação Espírita Brasileira, 2016.
SCHUTEL,
Cairbar. Parábolas e Ensino de Jesus.
28ª Edição. Matão/SP: Casa Editora O Clarim, 2016.

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