Parábola o Tesouro e a Pérola
Parábola
o tesouro e a pérola
Essa reflexão apoia-se na Parábola o tesouro e
a pérola que está no contexto do Evangelho de Mateus, Capítulo 13, que faz
referência ao reino dos Céus por meio das parábolas do trigo e do joio, do grão
de mostarda, do fermento, do tesouro escondido, da pérola e da rede.
“O reino dos Céus é semelhante a um
tesouro que, oculto no campo, foi achado e escondido por um homem, o qual,
movido de gozo, foi vender tudo que possuía e comprou aquele campo. O reino dos
Céus é semelhante a um negociante que buscava boas pérolas; e tendo achado uma
de grande valor, foi vender tudo o que possuía e a comprou.” (Mateus, 13: 44-46)
Nessa Parábola, Jesus enfatiza a felicidade e
a ventura de quem encontra o “tesouro oculto no campo” e a “pérola de grande
valor”, com o desapego aos demais bens que possui, predominando o sentido de
transformação espiritual pela aquisição de virtudes.
As Parábolas do Capítulo 13 do Evangelho de
Mateus destacam o estado de plenitude espiritual, simbolizado na expressão reino
dos Céus, situação em que o indivíduo se desfaz do apego às posses dos bem
materiais, compreendendo que a riqueza real é atributo da alma eterna e
permanece incorruptível naquele que a conquistou.
Jesus adverte que a verdadeira finalidade da
vida terrena é obter a riqueza espiritual. Tão logo chegarmos a compreender que
a real felicidade não consiste na posse transitória das coisas do mundo,
passaremos a trabalhar ativamente para entrarmos na posse dos bens espirituais.
O ser humano passa a sua existência na busca
de tesouros, preferindo os bens aparentes e perecíveis, considerando-os
positivos. E os bens reais e imperecíveis julga-os abstratos, sendo difícil o desapego
às velhas crenças, ao egoísmo, ao preconceito e ao amor dos bens terrestres,
para possuir os bens celestes.
Os bens terrestres aqui ficam, contudo os bens
espirituais permanecem para a vida eterna, pois o tesouro do céu, que ele
adquiriu, é de posse permanente.
O reino dos Céus ainda não é deste mundo, um tesouro
escondido e oculto ao mundo, que “a traça e a
ferrugem não o corrompem, e os ladrões não o roubam”.
Aqueles que encontram o tesouro escondido são
os que souberam vivenciar a Lei de Amor, sublimando as suas conquistas
espirituais, trabalhando incessantemente pela conquista do reino dos Céus, por
entenderem que para se granjear um lugar neste reino, são necessárias a
abnegação, a humildade, a caridade em toda a sua celeste prática e a
benevolência para com todos.
O processo de aquisição de bens espirituais é
variável de indivíduo para indivíduo, entretanto há um momento decisivo na vida
de cada um, caracterizado pela transformação definitiva no bem, ou de conquista
do reino dos Céus.
O Espírito Cairbar Schutel, no livro “Parábolas e Ensinos de Jesus”, esclarece:
A Parábola do Tesouro
“O
homem tem resumido a sua tarefa na Terra a procurar “tesouros”, a achar
tesouros, a esconder tesouros, a vender o que possui para comprar campos que
tenham tesouros. Assim tem acontecido, assim está acontecendo.
Para que trabalha o homem, na Terra?
Para que estuda?
Para que luta, a ponto de matar o seu
semelhante? Para possuir tesouros!
Jesus, sabendo dos artifícios que o
homem emprega na conquista dos tesouros, fez do ‘tesouro escondido’ uma
parábola, comparando-o ao reino dos Céus; fê-lo, naturalmente, para que os que
recebessem esses conhecimentos, também empregassem todo o seu talento, todos os
seus esforços, todo o seu trabalho, toda a sua atividade, todos os seus
sacrifícios, na conquista desse outro ‘tesouro’, ao qual ele chamou
imperecível, lembrando que ‘a traça e a ferrugem não o corrompem, e os ladrões
não o roubam’.
O reino dos Céus é um tesouro oculto ao
mundo, porque os grandes, os nobres, os guias e os chefes de seitas religiosas
não querem fazê-lo aparecer à Humanidade. Mas, graças à Revelação, aos Ensinos
Espíritas, aos Espíritos do Senhor, hoje é muito fácil ao homem achar esse
tesouro. Mais difícil lhe pode ser, ‘vender o que tem e comprar o campo’, isto
é, desembaraçar-se das suas velhas crenças, do egoísmo, do preconceito, do amor
aos bens terrestres, para possuir os bens celestes.
Materializado como está, o homem prefere
sempre os bens aparentes e perecíveis, porque os considera positivos; os bens
reais e imperecíveis ele os julga abstratos.
A Parábola do Tesouro Escondido é significativa
e digna de meditação: o homem terreno morre e fica sem seus bens; o homem
espiritual permanece para a Vida Eterna e o tesouro do céu, que ele adquiriu é
de sua posse permanente.
A Parábola da Pérola
As pérolas constituem enfeites para a
gente fina; são raras, por isso são caras. Quem possui grandes e finas pérolas
possui tesouro, possui fortuna.
Além disso, são joias muito apreciadas
no seu todo, pela sua estrutura, pela sua composição.
Os porcos não apreciam, as virtudes das
pérolas; preferem milho ou alfarrobas. Se lhes dermos pérolas, eles pisam-nas e
submergem-nas no lamaçal em que vivem; por isso disse Jesus: “não deis pérolas
aos porcos.”
Certamente já havia o Senhor do Verbo divino
comparado o reino dos Céus a uma pérola de raro valor, quando propôs aquela
recomendação a um discípulo que deliberara anunciar a sua Doutrina a um
homem-suíno.
Na verdade, há homens que são Homens, e
há homens que se parecem muito com suínos.
O suíno vive exclusivamente para o
estômago e para a lama. Os homens suínos também vivem de lama e para o
estômago. A estes as ‘pérolas’ nada significam: as alfarrobas melhor lhes
sabem.
O reino dos Céus, nos tempos atuais, é
incompatível com o reino do mundo.
Para a aquisição da pérola o homem
vendeu tudo o que possuía; para a aquisição da Pérola do reino dos Céus o homem
precisa vender o reino do mundo.
Há reino do mundo, e há reino dos Céus.
Aquele desaparece com as revoluções, ao chamado da morte, ou o guante da
miséria.
O reino dos Céus permanece na alma
daquele que souber possuí-lo.” (Caibar Schutel. Parábolas e Ensino de
Jesus.)
Por isso, “buscai primeiro o reino de
Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus,
6: 33).
Autor: Juan Carlos Orozco
Bibliografia:
BÍBLIA
SAGRADA.
MOURA,
Marta Antunes de Oliveira. Estudo
aprofundado da doutrina espírita: Ensinos e parábolas de Jesus – Parte II.
Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo
do aspecto religioso do Espiritismo. 1ª Edição. Brasília/DF: Federação
Espírita Brasileira, 2016.
SCHUTEL,
Cairbar. Parábolas e Ensino de Jesus.
28ª Edição. Matão/SP: Casa Editora O Clarim, 2016.

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